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17 de jul. de 2012

Sol de Inverno



O sol passa rápido pela varanda 34, o bastante apenas para se tirar o casaco e completar a leitura de 02 capítulos de um livro. 
Cumpriu sua tarefa. Segue adiante iluminando o dia, arrastando seu calor espreguiçadeiro, desejando bom dia... 
Outras varandas, outras janelas, outras vidas.... 


9 de jul. de 2012

Ponte do Brooklyn - NY


Em NY me maravilho com a Ponte do Brooklyn, ligando os distritos de Manhattan e Brooklyn.


Caminhar por aqui é sentir-se num cenário vivo, dividindo espaço com bicicletas, pessoas praticando corrida e personagens de filmes que passaram por aqui. 
Mãos que se entrelaçaram e fizeram juntas a travessia. Desencontros. Caminhadas solitárias dos que atravessaram sós. Silêncios. Cenas de cinema.

Pontes foram feitas para encurtar o caminho, permitir a chegada, diminuir a distância. Unem povos. Vencem obstáculos. Possibilitam o improvável. São mãos estendidas, as minhas, as suas, no caminho que se faz para o coração de alguém.


Algumas pontes são sólidas, consolidadas em bases seguras. Resistem às bravuras do tempo e às envergaduras do destino.


Outras se estabelecem tímidas e frágeis. Cacos colados. Histórias refeitas. Se sustentam por um fio. Vulneráveis , balançam por um sopro, um respiro a mais de cansaço, uma palavra desajeitada , um gesto fora do lugar. Roupas no varal em dias de vento. É onde a gente abre os braços e equilibra. Brinca de circo. Ajusta a passada. Pisa em ovos. 

E mesmo que demande mais cuidado, seguimos a travessia, amorosamente, porque sob a ponte, a vida corre ligeira acompanhando o curso do rio. 




Neva delicadamente em NY

Foto: Ari Silva


Apresso o passo. Um céu cinza de chuva.  Estátua da Liberdade lá, encoberta de brumas .  A travessia ficará para uma próxima vez. Sim, porque esta é minha primeira visita numa cidade que merece muitas vindas!

 Avistei de longe o que pude ver. Embaçou a vista. Pequeninos grãos suaves e frágeis dançando no vento. Como uma cortina que se abre tecida de bolinhas brancas. Quase imperceptíveis. Não aparecem na foto. Tocam meu rosto. Derretem nas mãos.

Neva delicadamente em NY.

As delicadezas são assim em nossa vida. Chegam quase sem  fazer  alarde. Um toque. Um gesto. Um tom. Uma carícia. Trazem leveza. Enfeitam a vida. Há de se estar atento para que se possa notar.

Me dizem que a neve é só uma idéia romântica que flutua, embeleza. Pode ser que na vida prática, no dia a dia de quem trabalha, a neve não funcione assim. Mas NY para mim é apenas um passeio e a neve é um delicado presente. Carrego a alma de um país ensolarado que se maravilha neste tão esperado momento.

Os amigos viajantes nesse dia não caminhavam juntos. Cada um buscava seus afazeres. NY é uma alucinante cidade de passeios e compras. Os amigos se telefonaram: “ Corre lá fora para ver”. 
Ah, ...onde está você meu doce amor, que não aqui,  para festejar comigo?

Espalhando mensagens de texto no celular, chegam respostas de      “ Vivaaaa!!!”

Neva delicadamente em NY.